Continuando nosso roteiro por Atenas, nesse post vamos falar sobre o 3º e último dia na cidade. Vem com a gente!!

3º dia

Começamos o dia visitando a Ágora Antiga, um dos sítios arqueológicos que achamos mais interessantes e que fica “no pé” da Acrópole. Para ir até lá, fomos do hotel rumo ao Museu da Acrópole e Acrópole e seguimos as placas que indicam o caminho. A Ágora tem duas entradas, uma que fica na rua Adrianou (região de Monastiráki) e a outra que fica no fim da Acrópole, que foi a que entramos. Com o ingresso que vale para várias atrações (falamos dele aqui), só o mostramos para a pessoa da entrada e começamos a explorar.

ágora antiga atenas
Caminho para a Ágora, partindo do local que entramos. Será que é a antiga via Panatenaica?!

Já tínhamos pesquisado sobre os monumentos e ruínas que encontraríamos na Ágora, mas você recebe um mapinha na entrada identificando cada parte do sítio. Pesquisar antes ou comprar um livro com o guia do que se vai ver lá é super importante se você faz questão de saber o que tinha em cada local, porque esse sítio está muito “arruinado”, fica bem difícil de imaginar como eram todas as construções ali.

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A Ágora devia ser algo mais ou menos assim! Fonte: Google.

O gostoso de visitar a Ágora é ir com calma, o terreno é bem vasto, então você vai passando por ali e descobrindo cada local, lendo as descrições e sentindo o movimento que um dia levou o lugar a ser o grande centro da democracia e política ateniense. Separe umas 2h para explorar a região com calma, ou pelo menos 1h para ver tudo (bem) mais rápido.

Ágoras eram espaços públicos na Grécia Antiga, tipo praças. As pessoas se reuniam nessas praças e discutiam assuntos ligados à vida da cidade, dos cidadãos e da sociedade como um todo.  A Ágora Antiga foi construída no século VI a.C. e era o espaço público mais importante de Atenas. Nela os gregos podiam deliberar sobre temas como justiça, obras públicas, cultura, leis e outros assuntos de interesse geral.  Lá aconteciam assembleias e os cidadãos decidiam através do voto direto.

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Um overview da Ágora. Praticamente só ruínas!

A Ágora também era palco de eventos como festivais, eleições, competições atléticas, debates, desfiles e até cerimônias religiosas. A economia também fazia parte do “script” desse sítio, sediando negociações, acordos econômicos e comércio de mercadorias. Inclusive, em 2003, o Tratado de Admissão de dez países à União Europeia foi assinado na Stoa de Attalos, um edifício restaurado nesse sítio. Enfim, a Ágora Antiga era verdadeiramente o centro da vida civil de Atenas!

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Começo da Ágora. Muitas ruínas e uma igreja bem conservada do lado esquerdo.

Várias igrejas foram removidas da Ágora durante as escavações, sendo preservada apenas a Igreja Ortodoxa dos Santos Apóstolos, construída por volta do século XI, que você já vê do lado esquerdo, um pouco depois que entra.

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Igreja dos Santos Apóstolos internamente.

A Stoa de Attalos foi um presente do rei Attalos II de Pergamon em agradecimento ao tempo que ele passou em Atenas estudando com o filósofo Karneades. Transformou-se no principal prédio comercial da Ágora e foi usada por séculos, até ser destruída em 267 pelos Herulianos. Só na década 1950 foi completa e fielmente restaurada.

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Stoa de Attalos em 1952. Fonte: Google
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Stoa no fim da restauração. Fonte: Google.

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Apreciar esse prédio nos faz entender o porquê de stoas serem tão comumente construídas para espaços públicos, usadas em ágoras, santuários, perto de teatros e onde quer mais que fosse esperado reunir várias pessoas. Sendo um espaço amplo e coberto, com imensas colunas nas laterais, as stoas conseguiam proteger milhares de pessoas do sol e da chuva, permitindo ainda um ambiente iluminado e fresco.

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Hoje a Stoa de Attalos funciona como o Museu da Ágora Antiga, e lá você encontra várias estátuas e objetos achados em escavações na Ágora. É interessante e dá para ver tudo em 30min, pois é pequeno. No térreo fica o museu, que é aberto ao público, e no andar de cima ficam os escritórios de escavação e administrativo, arquivos e estoque. Do local que entramos, ela se encontra do lado direito, um pouco mais na frente.

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Grandes colunas, espaço amplo, fresco e ventilado.

A construção mais famosa e, em nossa opinião, a mais bela da Ágora Antiga é o Templo de Hefesto ou Hephaesteion (Hefesto, filho de Hera e de Zeus, era o deus grego do fogo e dos metais, chamado de Vulcano na mitologia romana). Um templo lindíssimo, é o mais bem conservado da Grécia e dá para chegar bem perto, só não pode entrar. Foi construído na mesma época do Parthenon e, para vocês terem ideia da conservação, enquanto aquele está cheio de guindastes e estruturas de ferro para não desabar, o Templo de Hefesto tem todas as suas colunas intactas e o seu teto é quase todo original!

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Lateral do Templo de Hefesto.

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Toda essa conservação só foi possível porque ele virou uma igreja cristã no século VII, a Igreja de São Jorge. Na época do Império Otomano na Grécia, também foi a principal igreja Ortodoxa em Atenas. E, claro, a natureza também contribuiu, sem provocar nenhum desastre, rs. Esse templo se encontra na parte mais elevada da Ágora, do lado esquerdo. É só você caminhar um pouco que você já avista. E como é lindo visto lá de baixo!

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Mais majestoso ainda quando estamos pertinho.

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Vista do Templo de Hefesto. Acrópole lá atrás!

A Ágora tem muita ruína para ser vista, infelizmente a maior parte é só ruína mesmo, fica até difícil entender o que tem ali sem um guia. Nesse site aqui você encontra tudo dessa ágora bem explicadinho, evolução histórica e muito mais, vale a pena dar uma lida!

♣ Curiosidade: apesar de a Ágora ser uma instituição intimamente relacionada ao conceito de democracia, ao mesmo tempo que foi palco de grandes debates de Sócrates, foi também o local do seu julgamento e execução.

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Como dito anteriormente, a Ágora fica bem entre a Acrópole e Monastiráki. É um espaço de formato quase retangular e que, antigamente, era cortado pela via Panatenaica, que levava à Acrópole. Como entramos pelo lado da Acrópole, na saída (a outra entrada) já estávamos ali na região dos barzinhos de Monastiráki, na rua Adrianou. Seguimos para a direita, em direção ao próximo sítio arqueológico.

Horário de visitação – de abril a outubro aberto de terça a domingo de 8h30 às 19h30 e segunda das 11h às 19h; de novembro a março das 8h às 15h todos os dias. O valor do ingresso é 4 euros, se você não tiver comprado o ingresso de 12 euros que dá direito a várias atrações (falei aqui).

Andando um pouco, chegamos rapidamente à Biblioteca de Adriano, que fica bem perto da estação de metrô de Monastiráki. Achamos que vale a pena a visita apenas pela entrada já inclusa no ticket da Acrópole, pois o local está realmente destruído, só restaram algumas colunas coríntias e uma parede para contar a história.

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Para quem está de frente, essa é a visão olhando para a esquerda.
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Agora, para a direita.

Essa biblioteca trata-se da maior estrutura erguida por Adriano, o imperador romano. Construída em 132, era basicamente um grande pátio de formato retangular, com 100 colunas ao redor e uma única entrada, um grandioso portão (propileu, com 4 colunas de mármore). Nesse pátio havia um jardim com cisterna, teatro, salas de leitura, música e, obviamente, salas de livros, além de uma piscina bem no meio (???). Foi destruída em 267, após a invasão dos Herulianos, e, posteriormente, incorporada à muralha romana.

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O propileu (ou o que restou dele).

Durante a época Bizantina, após a destruição da biblioteca, 3 igrejas foram erguidas no local: uma cristã primitiva no século V, a Tetraconch; no século VII, sob as suas ruínas, foi erguida a Basílica de Três Naves; e, sob as ruínas dessa última, foi erguida a Catedral Simples, no século XII, chamada de Megali Panaghia, a primeira catedral da cidade. Essa construção foi demolida em 1843, e o que restou hoje para ser visto foram algumas colunas coríntias e uma parte do pórtico, que era a entrada para o pátio.

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Colunas coríntias. Essa foto foi tirada no dia anterior, do lado de fora, quando voltávamos da Acrópole, finalzinho de tarde.
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Essa também.

 Horário de visitação – aberto de segunda a sexta, das 8h às 15h. O valor do ingresso é 2 euros, se você não tiver comprado o ingresso de 12 euros que dá direito a várias atrações.

Após passear pela biblioteca, seguimos pela a esquerda até o fim da rua, pegando a esquerda novamente, chegando a nossa última parada do dia, a Ágora Romana.

Essa ágora, também conhecida como Foro Romano, é bem menor que a anterior. Foi construída no séc. I a.C., com doações de Júlio César e Augusto, quando o comércio ficou impraticável na Ágora Antiga. Tinha caráter puramente comercial e se tornou um dos principais lugares de reunião da cidade, onde se situava o principal mercado, com várias lojas e uma latrina pública. Foi posteriormente ampliada pelo imperador Adriano.

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A Ágora Romana era formada por um grande pátio aberto, onde havia passarelas cobertas, lojas, entre outros espaços. Há ruínas de chafarizes, lojas, templos, um sistema de drenagem antigo e colunas.

Logo na entrada, nos deparamos com o suntuoso portão de Athenas Archegetis (Atenas, a Líder), formado por 4 colunas dóricas clássicas. Essa era a entrada principal, mas havia uma segunda entrada no lado oposto, que levava à latrina pública e à Torre dos Ventos, duas das três construções melhor preservadas nesse sítio.

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Não sei porquê esse foi o sítio que menos tiramos fotos!! Acho que foi o cansaço… rs. Sorry, para ilustrar, vou colocar fotinhas do Google! Essa foi do site Stoa.org.

As latrinas públicas, ou Vespasianai, eram uma espécie de banheiro público, apenas com aberturas no solo que funcionavam como “vasos sanitários”. Geralmente eram abertas, as pessoas podiam ficar conversando umas com as outras durante o tempo que permaneciam ali – imagina que situação, eu hein! rs. Na Ágora Romana, ela “acomodava” 68 pessoas nos quatro lados dessa estrutura.

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Na foto, dois “assentos”. Foto: Google.

A Torre dos Ventos, ou Horologion of Andronikos Kyrrhestos, é uma torre alta e octogonal, que funcionava como relógio de água (na parte interna, uma clepsidra movida pela água que vinha da Acrópole), relógio solar (na parte externa) e catavento (no topo). Recebeu esse nome por conta das imagens personificadas dos 8 tipos de ventos em cada um dos lados da estrutura, e pelo fato de suas 8 faces representarem os 8 pontos cardeais e colaterais, como na rosa dos ventos. Achava-se que tinha sido construída no século I (durante o período que Atenas fez parte do Império Romano), mas pesquisadores preferem datá-la do século II (durante o período Helenístico).

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Essa foto também não é nossa, a cabeçuda aqui esqueceu de tirar 🙁 Fonte: Google.

A outra estrutura bem preservada nessa ágora é uma antiga mesquita bem bonitinha, Fethiye Djami, construída pelos turcos no final do século XV como forma de comemorar a ocupação de Atenas. Quando fomos ela estava interditada, “tapada” por uma estrutura, creio que para restauração (na primeira foto e única que tiramos dessa ágora acima, ela aparece do lado direito, coberta por um “muro” verde). Segue foto tirada pelo fotógrafo :

ágora romana 5 The Fethiye Djami

Horário de visitação – de abril a outubro aberto de terça a domingo de 8h às 19h30 e segunda das 11h às 19h; de novembro a março das 8h às 17h todos os dias. O valor do ingresso é 2 euros, se você não tiver comprado o ingresso de 12 euros que dá direito a várias atrações.

Após passear pela a Ágora Romana, saímos pelo mesmo local que entramos e seguimos para a esquerda, entrando na região de Plaka. A essa altura já era por volta das 13h, almoçamos e depois fomos para o hotel. Era hora de nos prepararmos para voar para o nosso próximo destino, a exuberante ilha de Zakynthos!

Abaixo o mapa da rota que fizemos nesse dia, a partir da saída da Ágora Antiga:

rota dia 3 atenas nosso naipe

Gente, uma coisa muito importante em relação a todas as atrações é a hora de entrada. Eles só aceitam que você entre até no máximo 30min antes de fechar. No caso de algumas, como a Acrópole, tem que ser 1h. Não adianta chegar “aos 45 do segundo tempo”, pois quando dá o horário de fechar eles fecham mesmo, convidando todos os turistas a se retirar.

Como falei no post anterior, no 2º dia o único local que estava no roteiro e não visitamos porque acordamos tarde foi o Monte Licabeto (Lykabettos, Lycabettus, Likavitós ou Lykavittos), considerado o ponto mais alto de Atenas, com 277m acima do mar. Lá em cima você encontra, além de uma vista maravilhosa, um restaurante, um teatro e uma capela do século XIX, a Capela de São Jorge. Para chegar lá, pode ser no modo hard, fazendo uma caminhada digna de um bom preparo físico, ou você pode pegar um funicular que sai de um terminal no bairro Kolonaki, na estação que fica na rua Aristippou. Vai ficar para a próxima!!

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Monte Licabeto láááá atrás visto do Monte Areópago.
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Lycabettus Café e Restaurante. Fonte: Greece Athens.

♣ Curiosidade: existem várias lendas sobre esse monte. Contos populares dizem que era um refúgio de lobos (lycos, em grego), sendo essa possivelmente a origem do seu nome, que significa “aquele onde andam os lobos”. Na mitologia, acredita-se que a deusa Atena o criou quando caiu de uma montanha (?).

Existe outro ponto turístico que tem a entrada inclusa no ingresso que dá acesso à Acrópole, mas que não incluímos no roteiro por questão de falta de interesse prioridade e tempo, o cemitério Kerameikos (ou Cerameico). É o sítio arqueológico de um antigo cemitério que foi descoberto no início do séc. XX por arqueólogos alemães.

Esse cemitério foi dividido em duas partes por volta do séc. 5 a.C., após a construção de muros de defesa que cercavam a antiga pólis ateniense, uma que ficava dentro dos limites da cidade e outra fora. A parte de dentro ficou proibida de ter novos túmulos, sendo utilizada apenas a de fora como cemitério oficial. Os dois portões mais importantes da antiga Atenas ficavam lá, o Dipylon (o maior e o portão oficial da cidade) e o Sacred Gate.

kerameikos
Fonte: Google.

O cemitério recebeu esse nome não se sabe ao certo se por conta do herói dos oleiros ser Kéramos, o filho mortal do deus Dionísio e de Ariadne, ou se simplesmente porque aquele local foi posteriormente ocupado pelos oleiros (kerameis, pessoas que trabalhavam com cerâmica).

Fora os locais programados, em nossas pesquisas encontramos muitos outros lugares interessantes para visitar: Museu Benaki (pertinho do Jardim Nacional), Monte Filopappos (perto da Acrópole), bairro Kolonaki (um dos mais chiques e estilosos da cidade), bairro Gazi (point de bares, restaurantes e baladas), Templo de Poseidon (a aproximadamente 70km do centro de Atenas), enfim, Atenas é uma cidade encantadora, e essa mistura do novo com o antigo é fascinante!! Se tiver mais tempo, com certeza vale visitar esses lugares.

monte filopappos
Monte Filopappos visto da Acrópole.

Espero que tenha dado para vocês sentirem um pouquinho da cidade e que tenham gostado dessa série sobre Atenas. Quem tiver mais dicas de passeios ou restaurantes deixa um comentário! Abaixo um vídeo curtinho para vocês saberem como é estar no topo da Acrópole e sua vista espetacular.

Filiá!!

acrópole parthenon
Acrópole (Parthenon atrás).

♦ Obs.¹: Clique aqui para ver horários e detalhes de várias atrações:

♦ Obs.²: Um agradecimento especial aos blogs e sites que me ajudaram na pesquisa sobre a história e dicas de Atenas:

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4 comentários em “Lua de Mel dos Sonhos [Grécia] – Atenas III

    1. Oi Marisa, obrigada pela visita! hahaha, adorei o puxão de orelha!! Realmente preciso voltar a escrever sobre a Grécia, é porque acontece tanta coisa que acabo não tendo o tempo que gostaria para o blog. Mas vou tentar correr com isso o mais rápido possível!! Segue o blog e acompanha nosso instagram (@blognossonaipe) pra ficar sabendo assim que eu postar!! Beijos!

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